CENTRO

Antes perda, que a desfeita
Nem esquerda, nem direita
Dentro

BELEZA MALDITA

Era bonita

de incomodar

Sofria

na boca do povo

Andava com roxos

nas pernas

De tanto esbarrão

que levava

Sofria puxões de cabelos 

apertos nos peitos, unhadas

Chamava

a cobiça nos homens

que adoram

troféus femininos

Gerava uma inveja

pesada,

tristeza e um grande vazio.

O tempo alongou

seu martírio

Tornou-se uma velha

banguela

Perdeu a beleza maldita

E hoje é feliz na feiura.

PRISMAS

Mente

colonizada

por pindorama
portugal

italia

áfricas 

e américas

Japão, 

China 

e Alemanha

tem bases 

avançadas.

Holandeses, 

franceses

e árabes

também.

Não é fácil 

mixar tantas vozes

Babel gritando 

dentro da cabeça

Temos cismas, 

sangue vira-lata

Somos prismas 

dessas cores todas

JUÍZO...

Virtudes,

inocência,

honestidade,

bondade,

não são 

vantagens

no mundo 

dos ratos

O juízo 

é implacável.

Delitos deliberados

não escapam

do scanner 

da consciência.

Os peões 

são atropelados

pelo clero 

e pela nobreza

em pânico

Não sobrará 

pedra sobre pedra

Ninguém 

sobre os muros,

escombros recentes.

As aves 

de estação

já partiram

e pousarão

longe 

da fumaça

Folgam os pecadores

nas execuções

desde que não

as próprias

O Raio X 

revela as armas

nas entranhas

da alma.

FINITUDE

Faculdades

falindo

Sentidos

rebeldes

Cabelos

fugitivos

Já não milito

pelo sonho louco

Já não levito

sobre o meio fio

Moderando

e prorrogando

a lida

Linha na agulha

Só no intuitivo

A vista

já não avista

à vista

RETRÔ

Deixemos de hipocrisia

Somos o que o mundo nos paga

Não há vitória sem suor

Quer prosperar? 

Tem de fazer melhor

Me perdoem 

mas não sou comum

Sou vários 

e não sou nenhum

Humano, 

portanto errante

tropeçando 

mas seguindo adiante

Agradecendo pelo dom da vida

E mesmo em comunhão

com o sagrado 

Sempre pecando 

contra o Deus 

dos outros.